25 ações têm valorização de mais de 200% durante os governos Bolsonaro e Lula; Prio (PRIO3) lidera com alta de mais de 1.800%
Nos últimos seis anos, um grupo seleto de 25 ações brasileiras teve uma valorização acima de 200%, destacando-se como campeãs do mercado.
Esse resultado foi alcançado nos períodos dos governos de Jair Bolsonaro (2019-2022) e do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (iniciado em 2023). A pesquisa, realizada pela Elos Ayta, aponta a Prio (PRIO3) como a grande estrela, com um retorno acumulado de 1.867,37%. A maior parte do ganho ocorreu durante o governo Bolsonaro, enquanto no atual ciclo de Lula a valorização foi de apenas 4,9%.
O levantamento expõe a trajetória de diferentes setores e suas respostas às políticas econômicas de cada governo. As ações da Kepler Weber (KEPL3), por exemplo, registraram uma valorização acumulada de 584,66%, impulsionadas pela performance do governo Bolsonaro (494,1%), enquanto a WEG (WEGE3) fechou o “top 3” com um ganho de 583,95%, demonstrando a força de setores industriais e de infraestrutura em momentos de maior estabilidade econômica.
Desempenho setorial: ações de petróleo e energia lideram
O setor de exploração e refino de petróleo e o de energia elétrica lideraram em termos de valorização. Além da Prio, empresas como Petrobras (PETR3; PETR4) e Copel (CPLE6) tiveram crescimento expressivo.
A Petrobras PN, por exemplo, acumulou 407,52% de alta nos dois governos, enquanto a Copel registrou 393,23% no mesmo período, beneficiada pelo cenário de valorização dos preços de energia e petróleo e pelo crescimento da demanda.
O setor de carnes e derivados também aparece em destaque com duas empresas, JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), que registraram 303,47% e 287,28% de valorização, respectivamente. O agronegócio, mesmo diante de oscilações políticas, mostrou sua resiliência e importância para o mercado de capitais no Brasil, representando uma aposta sólida para os investidores.
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Desempenhos negativos no governo Lula 3
Embora a maioria das ações tenha mantido uma trajetória de valorização, algumas empresas registraram queda no atual governo. A Positivo (POSI3) caiu -29,32% no período, enquanto a Simpar (SIMH3) e a Taurus Armas (TASA4) tiveram quedas de -23,61% e -14,40%, respectivamente.
Esses resultados negativos podem refletir pressões específicas dos setores, como concorrência tecnológica ou incertezas no mercado de armas.
Curiosamente, a Marcopolo (POMO4) reverteu sua performance negativa do governo Bolsonaro e obteve expressiva valorização de 326,99% no governo Lula 3, destacando a resiliência e a capacidade de recuperação de empresas ligadas ao setor rodoviário.
Comparação com o Ibovespa e cenário futuro
Para efeito de comparação, o índice Ibovespa (IBOV) se valorizou 24,86% durante o governo Bolsonaro e acumula até agora uma alta de 16,49% no governo Lula 3. Esse desempenho mais modesto do índice em relação às ações analisadas indica que essas empresas foram, de fato, as que mais se destacaram em rentabilidade, superando a média do mercado.
A análise revela que os retornos dessas ações foram fortemente influenciados pelas condições econômicas e políticas de cada mandato. Os setores de energia e petróleo, fundamentais para a economia brasileira, responderam bem às políticas de incentivo e ao contexto econômico dos últimos anos.
Por outro lado, setores emergentes, como tecnologia, enfrentaram maiores desafios no governo Lula 3, com maior volatilidade e menor crescimento.
Com as transições econômicas em andamento, o futuro das ações de destaque dependerá de políticas específicas, de mudanças regulatórias e das tendências globais. No entanto, a performance dessas 25 ações deixa claro que, para os investidores, o cenário político pode ter um papel crucial para garantir retornos robustos e que algumas apostas são mais seguras do que outras em tempos de mudança.
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