21 bancos vão negar empréstimos a frigoríficos ligados a desmatamento ilegal da Amazônia; entenda
Cerca de 20 bancos brasileiros só vão emprestar dinheiro para frigoríficos e abatedouro de animais que comprovem nenhum envolvimento com o desmatamento e compra de gado ilegal de áreas da Amazônia e do Maranhão.
Conforme a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a decisão vale para fornecedores diretos e indiretos e faz parte de um protocolo comum de autorregulação para a cadeia de carne bovina. As empresas do setor terão até dezembro de 2025 para implementarem um sistema de rastreabilidade que comprove que não compram gado de áreas desmatadas ilegalmente.
Assim, até o momento, 21 bancos se comprometeram a negar crédito a frigoríficos que compram gado ligado ao desmatamento, segundo norma divulgada nesta terça-feira (30).
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Entre as instituições financeiras participantes, estão os cinco maiores bancos do país: Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Caixa Econômica Federal.
O tamanho da área desmatada na Amazônia durante os quatro primeiros meses de 2023 foi 36% menor que no mesmo período de 2022, segundo monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização que desde 1990 reúne pesquisadores que se dedicam a estudar aspectos relativos ao uso e conservação dos recursos naturais da região.
Entre janeiro e abril deste ano, a retirada parcial ou total da cobertura vegetal amazônica atingiu uma área de 1.203 km². No primeiro quadrimestre do ano passado, foram desmatados 1.884 km².
Frigoríficos na mira
Confira a lista de bancos que aderiram ao movimento, conforme a Febraban:
Bancos |
---|
ABC Brasil |
Bradesco |
BTG Pactual |
Citibank |
Sicredi |
Daycoval |
Banco do Brasil |
Banco do Estado do Pará |
Banrisul |
Banco do Nordeste |
Banco Fibra |
Banco Mercantil |
Banco Original |
Banco PAN |
Banco Safra |
Santander Brasil |
Banco Toyota do Brasil |
Banco Votorantim |
Caixa Econômica Federal |
China Construction Bank Banco Múltiplo |
Itaú Unibanco |
Abiec apoia iniciativa, mas cobra rigor com fornecedores
Em nota à imprensa, a Abiec, associação que representa os exportadores de carne, afirma que “apoia todas as iniciativas que aumentem os padrões de sustentabilidade em todos os elos da cadeia da pecuária brasileira”. A entidade acrescenta que, desde 2009, o setor implementa medidas de monitoramento dos fornecedores “para garantir que estão de acordo com as mais avançadas políticas ambientais, atendendo às exigências de clientes e consumidores no mundo inteiro.”
A Abiec reconhece que os frigoríficos são um “elo fundamental” na indústria pecuária, mas afirma que não aceita “que outros setores terceirizem as suas responsabilidades para os frigoríficos.” A entidade pede que as exigências dos bancos sejam estendidas também aos criadores de gado.
“É importante não só que os bancos exijam de seus clientes que implementem sistemas de monitoramento e rastreabilidade, mas que as áreas de compliance e due diligence das instituições financeiras adotem em relação a todos os seus correntistas, inclusive proprietários rurais, os mesmos critérios socioambientais já implementados pela indústria de processamento de carne bovina, e não apenas para concessão de crédito. Os fornecedores indiretos da indústria são clientes diretos de bancos, portanto é responsabilidade dessas instituições conhecer o seu cliente.”
Confira a nova norma da Febraban:
Confira o comunicado da Abiec, que representa os exportadores de carne.
Nota Da Abiec Sobre Normati… by Marcio Juliboni