Construção Civil

2025 pode manter o ritmo da construção, mas um fator pode virar o jogo, diz CEO da Direcional

29 jan 2025, 14:56 - atualizado em 29 jan 2025, 16:02
Ricardo Gontijo CEO Direcional DIRR3 construção civil construtora incorporadora
A previsão da Direcional (DIRR3) é que 2025 siga com uma demanda aquecida, forte produtividade e ofertas em alta. (Foto: Direcional/Divulgação)

A previsão da Direcional (DIRR3), construtora focada em programas de habitação, é de que 2025 siga com uma demanda aquecida, de forte produtividade e ofertas em alta, podendo chegar a níveis muito parecidos com os de 2024. No entanto, o CEO, Ricardo Valadares Gontijo, alerta para um fator que pode trazer um certo risco para as companhias: a inflação da construção.

“A demanda esta aí, ela existe e esse ano tende a ser positivo. Nós estamos animados e entendemos que não deve ter grande diferença do que foi 2024, a não ser que a inflação surpreenda muito para cima”, disse Gontijo durante a sua participação no Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e UBS BB, nesta quarta-feira (29), em São Paulo.

Nesta terça-feira (28), o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,71% em janeiro, acelerando em relação ao avanço de 0,51% no mês anterior.

O movimento reforça a tendência de aumento nos custos do setor, evidenciada também pelo acumulado dos 12 meses, que atingiu 6,85%. Esse resultado representa um avanço expressivo frente a janeiro de 2024, quando a alta acumulada era de 3,23% no mesmo período.

O INCC tem grande potencial de deterioração no orçamento das construtoras, em especial as que atuam no Minha Casa Minha Vida (MVCV) e em empreendimentos econômicos. Isso porque, nesses programas, é necessário fixar preços de venda, enquanto os de construção variam. Desta forma, a companhia precisa construir rapidamente, para que o seu lucro não seja afetado pela inflação.

Um dos fatores que mais tem influenciado a alta do INCC é a mão de obra, que tem ficado cada vez mais escassa e cara. Este item foi o de maior avanço no índice, que teve alta de 1,13% em janeiro, uma aceleração significativa quando comparada ao índice de 0,53% observado em dezembro.

O CEO da Direcional destaca que em grandes centros como São Paulo, esse já é um ponto de preocupação, justamente pela alta demanda do serviço nos canteiros de obra e a baixa oferta em locais disputados como este.

Gontijo avalia, no entanto, que uma inflação mais alta e pouca mão de obra já estão nas contas da Direcional, que possui uma atuação eficaz para diminuir o risco. A chave para eles é, principalmente, a inovação e industrialização dos processos na construção civil, já que dessa forma conseguem diminuir o tempo de produção, diminuir os custos e melhorar a sua margem.

Minha Casa Minha Vida se mantém acessível mesmo com juros altos

Mesmo com a alta dos juros no radar dos mercados e o cenário macroeconômico atual deteriorado, o setor de construção segue surpreendendo e se mantém resiliente com um forte crescimento reprimido de períodos desafiadores anteriores. No caso de empresas ligadas ao programa MCMV, os números chegam a ser o dobro dos vistos anteriormente.

Em períodos de juros elevados, o MCMV ganha ainda mais relevância por conta de seu modelo de financiamento, que não sofre impacto direto das oscilações da taxa Selic. Isso ocorre porque os recursos utilizados para os empréstimos imobiliários vêm do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que remunera os depósitos com uma taxa fixa, sem relação direta com a política monetária do Banco Central.

O cenário de juros elevados pode até reduzir o poder de compra da população como um todo, o que pode afetar a demanda por imóveis, mas o CEO da Direcional defende que, com nível baixo de desemprego, isso não está acontecendo.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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