2023 será mais um ano de inflação acima do teto da meta, avalia BofA
Os últimos anos foram marcados por inflação alta e acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2022, o ano fechou com inflação acumulada de 5,79%, sendo que o teto era de 5%.
E 2023 pode ser mais um ano de estouro do teto. De acordo com o Bank of America (BofA), a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano é de 4,80%.
Por enquanto, a meta inflacionária é de 3,25%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, entre 1,75% e 4,75%. Se confirmada a projeção do banco, a inflação acumulada nos 12 meses deste ano ficará ligeiramente acima do limite.
“A atividade continua desacelerando, criando um ambiente que permitiria cortes nas taxas. No entanto, o impacto da incerteza fiscal sobre as expectativas de inflação (desancoradas para 2023, 24 e 25) deve postergar o ciclo de flexibilização para mais adiante no ano”, afirma David Beker, chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America.
O banco também projeta que a taxa Selic deve encerrar o ano de 2023 no patamar de 10,50%. Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano.
Inflação de 2022
Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação subiu 0,62% em dezembro, acelerando-se em relação à alta de 0,41% apurada em novembro. Com isso, o IPCA acumula alta de 5,79% em 2022.
No ano, resultado foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e bebidas (11,64%), que teve o maior impacto (2,41 p.p.) no acumulado.