2022 é o ano para, finalmente, investir no exterior? Saiba como fugir da volatilidade eleitoral
Com os juros e a inflação nas alturas, o mercado brasileiro e, consequentemente, a bolsa de valores, enxergam um cenário de alta volatilidade para 2022.
Some isso ao fato de que este é um ano eleitoral, que traz uma corrida para a presidência cada vez mais acalorada e dicotômica — o que contribui para a instabilidade econômica.
Para o sócio da Monte Bravo Investimentos, Rodrigo Franchini, o Brasil, em 2021, não viu sua economia crescer o quanto deveria, resultado de dificuldades econômicas e fiscais.
Para este ano, o executivo afirma que o cenário não deve ser diferente.
Juros nas alturas
“O país irá enfrentar vários desafios, como os juros exorbitante, que tiram uma possibilidade de crescimento através de crédito e geram um custo Brasil significativamente alto, o que tira o potencial de atratividade de bolsa e, consequentemente, da economia real e do crescimento das empresas”, afirma Franchini.
O diretor de investimentos da Kilima Asset, Eduardo Levy, diz que os juros em patamares elevados podem segurar a inflação, mas que também irão causar um efeito negativo no crescimento do país, afetando o emprego e a geração de riquezas.
Quando a taxa Selic está em alta, a falta de atratividade por capital em renda variável — ou seja, na B3, a bolsa de valores brasileira — é maior.
Levy prevê que os juros devem se manter elevados até o terceiro trimestre de 2022, em algo próximo a 11%.
Eleições 2022
As eleições, que ocorrem em 2022, e o cenário internacional podem afetar diretamente o desempenho da taxa Selic.
Franchini diz que o ano pode enfrentar alguns cenários que devem encaminhar os juros para diferentes direções.
“Se uma terceira via voltada para o mercado liberal entrar para o segundo turno das eleições de 2022, pode haver uma diminuição dos juros no fim do ano, o que reduziria a percepção de ‘risco Brasil’ e aumentaria a confiança”, diz o executivo afirmando que há um percentual pequeno para esta situação.
“Por outro lado, uma medida mais dura, por exemplo, vindo de fora, como o FED sendo mais duro, naturalmente pressionaria o Brasil”, completa.
Levy afirma que as eleições devem, sim, trazer volatilidade para a bolsa brasileira exatamente pela incerteza do resultado.
Diante de uma realidade volátil, o Ibovespa deve sofrer um baque forte. Para Franchini, esta situação abre uma oportunidade “que o investidor brasileiro não tem que deixar passar” de investir no exterior.
Investimentos com passaporte
Levy afirma que — não apenas em anos com eventos que mexem com os mercados, como as eleições — os investimentos no exterior sempre devem ser vistos como parte de uma carteira bem diversificada.
Franchini destaca que, hoje, as carteiras recomendadas de todo o mercado nacional tem um percentual significativo de alocação fora do Brasil.
O diretor de investimentos da Kilima ainda afirma que investir no exterior não é somente olhar para as bolsas dos EUA. “Hoje é possível alocar em diversas classes de ativos, com diversificação geográfica e de moedas, tudo através de feeder funds, que são fundos no Brasil que investem especificamente em estratégias no exterior”, completa Levy.
Onde investir?
Para Franchini, a Ásia tem um potencial de crescimento “surreal” que as pessoas ainda não exploraram o suficiente. “Lá você tem uma tendência a desenvolver muito bem o valor agregado dos ativos que escolher”, completa.
Além disso, o sócio da Monte Bravo destaca que as commodities seguem sendo um impulsionador global importante. O executivo afirma que esse setor você vai continuar tendo demanda em 2022 e, consequentemente, crescimento.
“Quando olhamos o índice global de commodities, vemos que a diminuição de tendência do setor é muito baixa”, afirma.
Já para Levy, olhar para as small e mid-caps do mercado internacional é muito importante para quem busca bons investimentos fora do país. Já nos títulos de renda fixa, o crédito global também tem apelo, ainda mais com a alta de juros nos EUA.
“Vale lembrar que diversificar em moedas é também importante. O dólar americano continua forte, mas já é hora de pensar em parte da posição em euros”, indica o executivo.
Para o diretor de investimentos da Kilima, o top 3 dos investimentos no exterior é:
- Small e mid-caps dos EUA;
- Small caps da europa;
- Crédito high yield EUA
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