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2022 é o ano para, finalmente, investir no exterior? Saiba como fugir da volatilidade eleitoral

10 jan 2022, 8:05 - atualizado em 13 jan 2022, 14:18
Quando os juros estão em alta, a falta de atratividade por capital em renda variável é maior (Imagem: Alex Potemkin / Getty Images Signature)

Com os juros e a inflação nas alturas, o mercado brasileiro e, consequentemente, a bolsa de valores, enxergam um cenário de alta volatilidade para 2022.

Some isso ao fato de que este é um ano eleitoral, que traz uma corrida para a presidência cada vez mais acalorada e dicotômica — o que contribui para a instabilidade econômica.

Para o sócio da Monte Bravo Investimentos, Rodrigo Franchini, o Brasil, em 2021, não viu sua economia crescer o quanto deveria, resultado de dificuldades econômicas e fiscais.

Para este ano, o executivo afirma que o cenário não deve ser diferente.

Juros nas alturas

“O país irá enfrentar vários desafios, como os juros exorbitante, que tiram uma possibilidade de crescimento através de crédito e geram um custo Brasil significativamente alto, o que tira o potencial de atratividade de bolsa e, consequentemente, da economia real e do crescimento das empresas”, afirma Franchini.

O diretor de investimentos da Kilima Asset, Eduardo Levy, diz que os juros em patamares elevados podem segurar a inflação, mas que também irão causar um efeito negativo no crescimento do país, afetando o emprego e a geração de riquezas.

Quando a taxa Selic está em alta, a falta de atratividade por capital em renda variável — ou seja, na B3, a bolsa de valores brasileira — é maior.

Levy prevê que os juros devem se manter elevados até o terceiro trimestre de 2022, em algo próximo a 11%.

Eleições 2022

As eleições, que ocorrem em 2022, e o cenário internacional podem afetar diretamente o desempenho da taxa Selic.

Franchini diz que o ano pode enfrentar alguns cenários que devem encaminhar os juros para diferentes direções.

“Se uma terceira via voltada para o mercado liberal entrar para o segundo turno das eleições de 2022, pode haver uma diminuição dos juros no fim do ano, o que reduziria a percepção de ‘risco Brasil’ e aumentaria a confiança”, diz o executivo afirmando que há um percentual pequeno para esta situação.

“Por outro lado, uma medida mais dura, por exemplo, vindo de fora, como o FED sendo mais duro, naturalmente pressionaria o Brasil”, completa.

Levy afirma que as eleições devem, sim, trazer volatilidade para a bolsa brasileira exatamente pela incerteza do resultado.

Diante de uma realidade volátil, o Ibovespa deve sofrer um baque forte. Para Franchini, esta situação abre uma oportunidade “que o investidor brasileiro não tem que deixar passar” de investir no exterior.

Investimentos com passaporte

“Investir no exterior não é somente olhar para as bolsas dos EUA”, afirma o  diretor de investimentos da Kilima Asset, Eduardo Levy (Imagem: Getty Images/ Devonyu)

Levy afirma que — não apenas em anos com eventos que mexem com os mercados, como as eleições — os investimentos no exterior sempre devem ser vistos como parte de uma carteira bem diversificada.

Franchini destaca que, hoje, as carteiras recomendadas de todo o mercado nacional tem um percentual significativo de alocação fora do Brasil.

O diretor de investimentos da Kilima ainda afirma que investir no exterior não é somente olhar para as bolsas dos EUA. “Hoje é possível alocar em diversas classes de ativos, com diversificação geográfica e de moedas, tudo através de feeder funds, que são fundos no Brasil que investem especificamente em estratégias no exterior”, completa Levy.

Onde investir?

Para Franchini, a Ásia tem um potencial de crescimento “surreal” que as pessoas ainda não exploraram o suficiente. “Lá você tem uma tendência a desenvolver muito bem o valor agregado dos ativos que escolher”, completa.

Além disso, o sócio da Monte Bravo destaca que as commodities seguem sendo um impulsionador global importante. O executivo afirma que esse setor você vai continuar tendo demanda em 2022 e, consequentemente, crescimento.

“Quando olhamos o índice global de commodities, vemos que a diminuição de tendência do setor é muito baixa”, afirma.

Já para Levy, olhar para as small e mid-caps do mercado internacional é muito importante para quem busca bons investimentos fora do país. Já nos títulos de renda fixa, o crédito global também tem apelo, ainda mais com a alta de juros nos EUA.

“Vale lembrar que diversificar em moedas é também importante. O dólar americano continua forte, mas já é hora de pensar em parte da posição em euros”, indica o executivo.

Para o diretor de investimentos da Kilima, o top 3 dos investimentos no exterior é:

  1. Small e mid-caps dos EUA;
  2. Small caps da europa;
  3. Crédito high yield EUA

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