Renda Fixa

13° salário coincide com taxas elevadas na renda fixa; como investir com eventual Selic a 15%

04 dez 2022, 16:15 - atualizado em 04 dez 2022, 16:18
13° salário
13° salário chega junto com momento interessante para travar boas taxas de rentabilidade na renda fixa, com ruídos de Selic a 15% ao ano. (Imagem: Divulgação)

O 13° salário já caiu na conta de milhões de brasileiros e foi motivo para recorde de transações diárias via PIX no dia 30 de novembro, data limite para o pagamento da primeira parcela do 13° salário. Foram em torno de 99,4 milhões de transações pelos usuários.

E para onde será que toda essa grana está indo? Outra coincidência com a chegada do 13° salário são as taxas de rentabilidade elevadas que têm sido oferecidas na renda fixa nesta reta final de ano.

Uma oportunidade clara de multiplicar essa quantia enquanto a taxa básica de juros está em dois dígitos.

Conforme as expectativas do mercado divulgadas pelo Banco Central (BC) no último Boletim Focus, a Selic deve cair dos atuais 13,75% para 11,50% ao ano até o final de 2023.

Contudo, os juros podem subir mais antes de caírem, segundo Jaiana Cruz, planejadora financeira e sócia da AVG Capital.

Parte do mercado até voltou a cogitar uma taxa Selic a 15% ao ano. Para a especialista em renda fixa, a possibilidade de novas altas de juros antes de o BC começar a cortar juros ainda não pode ser totalmente descartada.

“O novo governo eleito vem sinalizando uma política fiscal bastante expansionista, o que implica em aumento de gasto público e gera consequências na inflação, deixando pouco espaço para cortes na Selic”, afirma Cruz.

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13° salário protegido da inflação

Ainda que os indicadores de mercado estejam projetando uma inflação menor para 2023, os títulos indexados ao IPCA continuam bastante atrativos, de acordo com sócia do AVG Capital, escritório credenciado do BTG Pactual.

Em outras palavras, mais do que proteger o poder de compra do seu 13° salário, títulos de renda fixa indexados ao IPCA estão pagando um juro real alto (em torno de 6% acima da inflação).

Além disso, dependendo do cenário fiscal, há chances de revisões altistas para a inflação em 2023 e 2024.

Tesouro Direto X Crédito privado

Se o investidor optar por emprestar o seu 13° salário ao governo brasileiro, o ideal é optar por títulos públicos do Tesouro Direto que tenham vencimentos nos vértices intermediários da curva de juros (entre 2028 e 2033).

Caso o investidor tenha apetite para correr um pouco mais de risco em busca de mais rentabilidade, a especialista aconselha levar em consideração investimentos em títulos de crédito privado que não são tributados.

Se por um lado títulos públicos no Tesouro Direto e os populares CDBs têm cobrança de imposto de renda sobre os lucros, existem produtos de renda fixa totalmente isentos.

“As debêntures incentivadas, por exemplo, ou os certificados de recebíveis, tanto do agronegócio quanto do setor imobiliário (CRA e CRI, respectivamente) são opções de renda fixa isentas. O cuidado aqui é o de sempre se atentar para a nota de crédito do papel, dando preferência aos títulos AAA”, adverte Cruz.

O investimento em crédito privado, quando se empresta diretamente o dinheiro para empresas, não tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).