Internacional

Paralelepípedos da Europa dificultam negócio de patinetes

08 ago 2019, 9:12 - atualizado em 08 ago 2019, 9:13
Passeios são desconfortáveis e, na pior, o patinete quebra (Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil)

As startups de patinetes elétricos tentam encontrar uma solução para um problema inesperado que está danificando o veículo de duas rodas: as ruas de paralelepípedos da Europa.

As empresas de patinetes se expandiram rapidamente em todo o continente, tendo como alvo pontos turísticos como Paris e Lisboa, e levantaram centenas de milhões de dólares de financiamento de capital de risco no processo.

Mas, enquanto as primeiras startups de patinetes começaram na Califórnia, onde as calçadas são predominantemente planas, a Europa está cheia de ruas de paralelepípedos com centenas de anos. Na melhor das hipóteses, os passeios são desconfortáveis e, na pior, o patinete quebra.

“Lisboa é bastante difícil para isso em particular”, disse o presidente da Wind Mobility, Eric Wang. “Você só tem o calçadão que é plano e liso, mas, fora isso, há muita subida e paralelepípedos.”

Joe Kraus, presidente da Lime, disse que viu usuários adotando técnicas para ficar de pé nos paralelepípedos. “A mais simples é a que ficam realmente na ponta dos pés”, disse. “É incrível, mas assim você não sente tanto as pedras.”

Muitas das capitais mais antigas do continente também possuem ruas muito estreitas – útil para pegar um atalho em um patinete, mas quase impossível para um caminhão de coleta de uma empresa que aluga esses veículos.

“Se um veículo é detectado em algum lugar com necessidade de reforma ou reparo, você precisa enviar um técnico até esse ponto”, disse Carlos Bhola, cofundador da Circ, empresa criada em parceria com Lukasz Gadowski, cofundador da Delivery Hero. “Às vezes, temos que usar o metrô para chegar aos veículos e buscá-los.”

Em áreas de alta demanda, um único patinete pode ser usado por cerca de 10 viagens por dia. A inevitável deterioração das rodas ou dos guidões pode inutilizar os patinetes, que então são deixados nas calçadas, rios e canais.

Para resolver esses problemas, as empresas de patinetes construíram seus próprios modelos proprietários. As últimas iterações da Lime têm rodas maiores e suspensão robusta, modificações que também são utilizadas por seus concorrentes.

Veículos de empresas como a Bird Rides agora são muito pesados para serem levantados manualmente, o que dificulta os roubos. Alguns usam freios de bicicleta mais fortes.

Novos designs utilizam o menor número de componentes possível para aumentar ainda mais a vida útil de um patinete e reduzir a necessidade de armazenar peças de reposição em centros de manutenção.

Esses novos modelos podem custar aproximadamente o mesmo que as versões mais recentes de prateleira – em alguns casos, cerca de US$ 500 – mas, como se espera que durem mais, o aspecto financeiro da unidade é mais promissor.

“Nossos testes mostram que nossos novos modelos durarão um ou dois anos”, disse Patrick Studener, diretor para Europa e Ásia da Bird. Segundo ele, é uma mudança da água para o vinho “em comparação com os primeiros modelos”.

Várias outras empresas, como a Wind, pretendem que seus patinetes durem dois anos. Nenhum executivo que conversou com a Bloomberg News para este artigo disse que menos de um ano de vida útil seria um objetivo razoável.

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