101% Marketing: Veremos Jair Bolsonaro comendo no Burger King?
Por Giovanna Ricci – Jornalista com expertise em propaganda há mais de uma década em grandes agências
Passado o susto da campanha bloqueada pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, me surpreendi ao ver o Burger King fazendo uma ação que criticava diretamente o acontecido.
Se você não sabe do que estou falando, a rede de fast food, que por sinal faz um trabalho impecável com temas de oportunidade, publicou em seus perfis nas redes sociais um anúncio selecionando elenco para uma campanha publicitária. Havia apenas uma condição para se candidatar: “ter participado de um comercial de banco que tenha sido vetado e censurado nas últimas semanas”.
A internet foi ao delírio. Críticas e apoios colocaram o Burger King como um coadjuvante (mas daqueles bem importantes) nesse enredo. Houve até uma tentativa de boicote à marca.
Eu, como pessoa física, achei muito legal. Como pessoa jurídica, achei a alfinetada ousada e bastante corajosa. Não sei se teria essa força toda para bancar uma ideia assim ou se seria mais conservadora. No entanto, em reportagem ao Estadão, o vice-presidente global de marketing do Burger King afirmou que “a reação foi amplamente positiva e que a intenção da marca era entrar em um diálogo que já dominava a internet para reforçar um dos pilares da marca: o apoio à diversidade”.
Ao que tudo indica, a marca só ganhou com essa exposição. De qualquer forma, mesmo tendo gostado da campanha, me questiono o quão benéfico isso é para uma marca. Essa seria uma polêmica para se envolver? De qualquer forma, duas coisas são certas: o marketing e a empresa são arrojadas, fazem um marketing agressivo e se colocaram como os reis dos anúncios de oportunidade. E eu aposto que não veremos Jair Bolsonaro comendo Burger King.