100 anos de sigilo: Bolsonaro pode ter se vacinado contra covid; veja quais informações já foram abertas
Mais informações do ex-presidente Jair Bolsonaro estão sendo divulgadas pelo governo Lula. Ontem, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho, afirmou haver registros de que Bolsonaro se vacinou contra a covid-19.
O registro é do dia 19 de julho de 2021, em São Paulo. Como Bolsonaro disse mais de uma vez que não tomou nenhuma dose da vacina, a CGU investiga se o cartão foi adulterado.
Em entrevista a CNN, o ex-presidente afirmou cogitar a possibilidade de processar o ministro da CGU.
A CGU também determinou que o Exército divulgue a íntegra do processo disciplinar instaurado contra o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. As Forças Armadas têm até 10 dias para liberar as informações.
Cartão corporativo
Os primeiros dados a serem divulgados de Bolsonaro foram os seus gastos de cartão corporativo, após pedido da agência de dados especializada em Lei de Acesso à Informação Fiquem Sabendo.
Do dia 1º de janeiro de 2018 até o dia 19 de dezembro de 2022, Bolsonaro gastou R$ 27,6 milhões, sendo que a maioria dos gastos são com hospedagem e alimentação.
Alguns gastos chamam a atenção. No dia 26 de outubro de 2021, Bolsonaro pagou R$ 109 mil em um restaurante que serve marmita no centro de Boa Vista, em Roraima.
Neste dia, ele foi à Roraima visitar um abrigo para imigrantes venezuelanos. Ele também participou de um encontro com indígenas, almoçou com o comando do Exército e participou de um culto da Igreja Assembleia de Deus.
Ele também gastou R$ 31 mil em serviços da companhia aérea Latam no dia 28 de maio de 2019. Neste dia, ele se encontrou com ministros em Brasília.
Visitas
Em janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) divulgou que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, teve 565 registros de entradas na residência oficial entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022.
Entre as pessoas que visitaram Michelle está Nídia Limeira de Sá, que foi diretora de Acessibilidade e Apoio a Pessoas com Deficiência do Ministério da Educação. Ela esteve no Palácio do Planalto 51 vezes no período analisado.
Quem também bateu ponto por lá foi o Pastor Claudir de Goes Machado, que se identifica como “de direita e conservador”. Ele visitou a ex-primeira-dama 31 vezes no último ano.
Ela também recebeu a visita de cabeleireiros e estilistas.
Os sigilos de 100 anos de Bolsonaro
Durante o seu mandato, Bolsonaro impediu a divulgação de informações que ele classificava como pessoais. Entre os pedidos feitos para a administração de Bolsonaro que tiveram o acesso negado estão:
- cópia de comunicação entre o General Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho de Bolsonaro
- informações sobre reuniões entre representantes da presidência e a empresa Precisa Medicamentos
- registro de visitantes no Palácio do Planalto e na residência oficial, incluindo o chamado “cercadinho”
- cópia de processo de servidor da Abin em caso de suposta punição por recebimento de propina
- relação de operação de crédito do BNDES ligadas ao agronegócio
- salários de funcionários do Banco do Brasil
- relação de funcionários do Bando do Brasil que contraíram Covid
- acordos de leniência firmados com empresas investigadas na Operação Lava Jato
- currículos de funcionários comissionados nomeados na Funai
- dados de porte de armas por parlamentares
- telegramas e processos referentes às alegações de desvios de conduta cometidos por militares brasileiros em operações de paz comunicadas pela Unidade de Conduta e Disciplina das Nações Unidas entre 2015 e 2019
- relação de empresas privadas recebidas por departamento do Exército que faz fiscalização de produtos controlados
- porte de arma de Flávio Bolsonaro e Fabio Wajngarten
- lista de passageiros de voos da FAB