10 ações que podem ganhar com a inflação mais alta
O mercado está na expectativa pela alta da inflação. Economistas da Rico Corretora, por exemplo, revisaram para 5,4% a projeção do IPCA ao fim do ano em meio à pressão da demanda global por materiais básicos, impulsionada por desequilíbrios na cadeia de produção global, estímulos monetários e fiscais, forte recuperação e incertezas climáticas.
No entanto, investidores ainda podem aproveitar um cenário de maior inflação. Existem ações que historicamente se beneficiam dos ciclos de alta da taxa de juros, ordenadas pela correlação.
A Rico preparou um estudo quantitativo, com análise de 15 anos de retornos das ações da Bolsa brasileira contra as altas do IPCA no mesmo período, e chegou a uma lista de dez ações que, quando o indicador subiu, seus retornos também subiram.
As empresas do setor de varejo alimentício Pão de Açúcar (PCAR3) e Carrefour (CRFB3) estão nas sugestões da Rico, assim como a representante de papel e celulose Klabin (KLBN11), a companhia de saneamento Sabesp (SBSP3) e a CCR (CCRO3), de infraestrutura. O que as cinco empresas têm em comum é que elas conseguem repassar a alta dos preços.
A Embraer (EMBR3) também integra a lista. É uma boa opção por ter baixa exposição ao Brasil – ou seja, a inflação influencia pouco na receita.
Bancos, como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), podem se beneficiar da alta da taxa de juros. E AES Brasil (AESB3) e Taesa (TAEE11) também, pois, por terem contratos indexados à inflação, têm expansão de margem com a subida de preços.
Empresa | Ticker | Setor | Valor de mercado | Volume de mercado em 3 meses |
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AES Brasil | AESB3 | Utilidade pública | R$ 5,8 bilhões | R$ 1,399 bilhão |
Embraer | EMBR3 | Bens industriais | R$ 11,7 bilhões | R$ 12,655 bilhões |
Carrefour | CRFB3 | Consumo não cíclico | R$ 40,6 bilhões | R$ 5,690 bilhões |
Pão de Açúcar | PCAR3 | Consumo não cíclico | R$ 9,4 bilhões | R$ 17,484 bilhões |
Santander | SANB11 | Financeiro | R$ 152,9 bilhões | R$ 7,145 bilhões |
Bradesco | BBDC4 | Financeiro | R$ 231,8 bilhões | R$ 67,575 bilhões |
Taesa | TAEE11 | Utilidade pública | R$ 13,5 bilhões | R$ 6,038 bilhões |
Sabesp | SBSP3 | Utilidade pública | R$ 28,5 bilhões | R$ 9,715 bilhões |
Klabin | KLBN11 | Commodities | R$ 29,8 bilhões | R$ 14,264 bilhões |
CCR | CCRO3 | Bens industriais | R$ 27,9 bilhões | R$ 10,429 bilhões |
Exterior
A Rico também listou os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados emitidos no Brasil que possuem como lastro ações emitidas no exterior) que se beneficiam da alta da inflação americana. A corretora analisou o retorno das ações em que os BDRs estão lastreados ante a inflação nos Estados Unidos em dados anuais.
A corretora priorizou empresas com pelo menos 20 anos de listagem na Bolsa. A lista final é composta pelo BDR com maior correlação de cada setor, filtrando os que têm volume negociado maior que R$ 1 milhão em três meses.
Empresa | Ticker | Setor | Valor de mercado | Volume de mercado em 3 meses |
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Intuitive Surgical | I1SR34 | Saúde | US$ 96,7 bilhões | R$ 1,7 milhão |
Transocean | RIGG34 | Energia | US$ 2,4 bilhões | R$ 136,1 milhões |
Ventas | V1TA34 | Imobiliário | US$ 20,3 bilhões | R$ 2,4 milhões |
BlackRock | BLAK34 | Financeiro | US$ 127,9 bilhões | R$ 12,4 milhões |
Mosaic Company | MOSC34 | Commodities | US$ 13,4 bilhões | R$ 11,7 milhões |
British American Tobacco | B1TI34 | Consumo não cíclico | US$ 89,9 bilhões | R$ 3,8 milhões |
Waste Management | W1MC34 | Bens industriais | US$ 58,7 bilhões | R$ 1,7 milhão |
Duke Energy | DUKB34 | Utilidade pública | US$ 77,8 bilhões | R$ 2,7 milhões |
Nike | NIKE34 | Consumo cíclico | US$ 210,1 bilhões | R$ 98,5 milhões |
Ericsson | E1RI34 | Tecnologia da informação | US$ 44,8 bilhões | R$ 1,7 milhão |
Telefonica | TLNC34 | Comunicação | US$ 27,7 bilhões | R$ 1,8 milhão |