0,75 pp fora do radar: Até onde vai o corte da Selic? Fim do ciclo pode estar mais perto do que esperado
O Banco Central jogou um balde de água fria no mercado ao destacar, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que já é unânime a expectativa de cortes de 0,50 pontos percentual da Selic nas próximas reuniões. Com isso, o fim da flexibilização da política monetária pode estar mais perto do que esperado, diz o economista André Perfeito.
Com base no texto, Perfeito afirma que “está mais que evidente que o final do ciclo atual de cortes será acima do patamar considerado neutro pelo mercado”. Ele aposta que o BC deve finalizar o ciclo de cortes já no primeiro trimestre do ano que vem, quando a Selic atingir 10,75% ao ano.
O economista explica que, talvez, os juros já estejam perto da “taxa neutra”– logo, não haveria espaço para levar a taxa muito mais para baixo.
Além disso, na ata, o colegiado do BC conduz um debate sobre a desinflação atual e pondera aspectos voláteis da queda recente dos preços. “Se isto for verdade, o nível de cautela tem que ser maior que o usual”, diz Perfeito.
O economista ainda destaca a seguinte frase do Copom: “ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária contracionista e cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária.”
Cortes de 0,75 pp da Selic fora do radar
Segundo economistas, a ata do Copom deixou claro que o consenso é não aumentar o ritmo dos cortes da Selic, esvaziando, portanto, pequenas apostas do mercado de um corte de 0,75 p.p. este ano.
Na ata, divulgada na manhã desta terça (8), o Copom avalia que o ritmo de cortes semelhantes ao da última decisão é apropriado para manter a política contracionista necessária para o processo desinflacionário.
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Segundo o economista do PicPay, Marco Caruso, o tom mais duro veio para compensar o fato do BC ter começado o ciclo de cortes de uma forma mais agressiva. “Segurar a curva de juros na unha”, diz.
Caruso explica que a ideia do Banco Central é evitar que o mercado precifique chances de acelerar o ritmo de cortes da Selic. “O que eles querem desenhar é que o cenário básico é de vários cortes de 0,50 ponto percentual e que o travessão para acelerar é muito alto”.
Segundo o economista, precisam ver mudanças expressivas na inflação e no cenário econômico para acelerar o ritmo.