Economia

Selic: Como decisão do Fed e falas do Powell impactam o Copom?

02 maio 2024, 11:10 - atualizado em 02 maio 2024, 11:10
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Na semana que vem, o Copom se reúne para definir o próximo corte da Selic, em meio à manutenção do Fed. (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

Enquanto os brasileiros estavam de folga na quarta-feira (1) devido ao Dia do Trabalho, o Federal Reserve estava decidindo pela manutenção da taxa de juros entre 5,25% e 5,50% pela sexta reunião consecutiva — trata-se do maior patamar em 22 anos.

Agora é a vez do Brasil. Na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir o próximo corte da Selic. O Banco Central adiantou em sua última ata que deve promover mais um corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.

A manutenção dos juros nos Estados Unidos deve ser avaliada com cuidado pela autoridade monetária brasileira. Isso porque investir em um lugar com juros altos e que paga em dólar é mais atrativo que colocar o dinheiro em um país emergente.

Além disso, mudanças nos juros lá nos Estados Unidos impactam diretamente o dólar por aqui. Quando os investidores se voltam para o EUA, a tendência é de que o dólar se fortaleça, e câmbio mais alto é sinônimo de inflação do lado das importações e produção.

No entanto, não é apenas o Fed que preocupa. O aumento do risco fiscal após o governo mudar a meta fiscal de ano que vem deixam os investidores cautelosos de que o BC pode pisar no freio. O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, encaminhado ao Congresso, prevê déficit primário zero.

Vale lembrar que as regras do arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, determinam um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo. Além disso, a meta de 2026 foi alterada de superávit de 1% para 0,25% do PIB.

Veja como o mercado reagiu à decisão do Fed

Além disso, Jerome Powell alertou para a inflação alta e relembrou a meta do Fed de levar os preços para o patamar de 2%, mas também não foi dos mais pessimistas. No entanto, o seu discurso foi um pouco menos cauteloso do que o esperado.

O presidente do Fed sinalizou de que novas altas não estão previstas “neste momento” e não descartou a possibilidade de um corte de juros ainda neste ano.

“O Fed continua a observar que ainda não se alcançou progresso substancial em direção à meta de inflação de 2%, indicando a necessidade de manter as taxas de juros elevadas por um período prolongado. A duração exata desse período, contudo, permanece indefinida por Powell”, aponta Matheus Spiess, estrategista da Empiricus.

O banco central americano ainda reduziu de US$ 60 bilhões para US$ 25 bilhões o volume mensal de resgates de Treasury Bonds da carteira do Fed. O motivo é assegurar que o processo de redução do balanço do Fed não perturbe o funcionamento do mercado interbancário nos EUA.

Segundo Rafael Passos, analista da Ajax Capital, a principal mensagem foi a decisão sobre a redução do ritmo de redução do balanço do Fed.

“A redução do ritmo do balanço do Fed pode ajudar a estabilizar as taxas longas de juros americanas, o que pode trazer um alívio mais positivo na dinâmica dos ativos de risco no médio/longo prazo”, afirma.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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