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Petrobras (PETR4): Os sinais de Haddad e Lula para dividendos em posse de Chambriard

19 jun 2024, 20:02 - atualizado em 19 jun 2024, 20:02
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Cube a Haddad, fazer a defesa dos pagamentos ao afirmar que a Petrobras, do ponto de vista da Fazenda, é sempre vista como uma geradora de dividendos (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Pouco mais de um mês após a demissão de Jean Paul Prates, a presidente da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, tomou posse em cerimônia recheada de ministros do governo Lula. Estiveram presentes, além do próprio presidente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes das estatais, como Caixa Econômica, Banco do Brasil (BBAS3) e BNDES.

A executiva assume o cargo com amplo apoio do Palácio do Planalto e com a missão de melhorar a articulação política, que, inclusive, faltou (e levou) a saída de Prates. Na cerimônia, além de deixar claro que irá cumprir o plano estratégico da companhia, Chambriard disse que a empresa investirá em indústria naval, energia renovável e gás e nas refinarias, respeitando a saúde financeira da empresa, algo não muito diferente do que já havia falado durante sua primeira coletiva.

Porém, o que investidores estavam, de fato, interessados em ouvir era sobre os parrudos dividendos. Em determinado momento da cerimônia, o presidente da FUP (Federação Única dos Petroleiros), David Bacelar, em um afago a um setor amplamente ligado à base política de Lula, criticou a ‘fábrica de dividendos’ da Petrobras. “Gera dividendos vultosos principalmente a acionistas minoritários”.

Apesar disso, coube a Haddad, fazer a defesa dos pagamentos ao afirmar que a Petrobras, do ponto de vista da Fazenda, é sempre vista como uma geradora de dividendos royaltes. “O David não vai pedir para a gente não olhar para isso também porque a gente precisa olhar para isso”, afirmou.

O governo é acionista majoritário da companhia e também recebe uma parcela dos proventos, o que ajuda nas contas públicas e viabiliza que o ministro se aproxime da meta de zerar o déficit fiscal. O secretário do Tesouro NacionalRogério Ceron, já afirmou que a projeção de receitas no novo relatório bimestral considera uma distribuição de 100%. Com isso, seriam gerados R$ 13 bilhões para o caixa da União em 2024.

Mesmo assim, o ministro frisou que a empresa precisa pensar em seu futuro, o que inclui o investimento em energias renováveis. Haddad também não deixou de agradecer à Petrobras pelo acordo fechado com a Receita Federal para encerrar disputa judicial envolvendo dívidas tributárias da estatal e ressaltou que o entendimento foi uma demonstração de que é possível ter uma governança mais decente, transparente e moral no país.

Haddad destacou que o acordo foi aprovado pelos acionistas minoritários e disse que, com a medida, a estatal deu “grande exemplo” de um trabalho bem feito entre Estado e empresa.

Sinais de Lula sobre Petrobras: ‘Se investiu, tem direito a ter o seu retorno do investimento’

Já Lula afirmou que ninguém quer que os acionistas da Petrobras tenham prejuízo ou que a empresa seja deficitária, mas defendeu que a empresa amplie os investimentos para ser uma indutora do desenvolvimento nacional.

“Ninguém quer que nenhum acionista tenha um centavo de prejuízos. Se investiu, tem direito a ter o seu retorno do investimento”, disse. “Ninguém quer que a Petrobras seja uma empresa deficitária, que ela perca dinheiro, não. Eu quero a Petrobras uma empresa lucrativa. Quanto mais lucro, mais investimento e mais imposto vai pagar”, acrescentou.

Lula disse que desde o início de seu governo tem trabalhado por uma Petrobras mais integrada e “indutora do desenvolvimento nacional”, dizendo que a empresa é estratégica para se construir um país mais igual e mais justo.

Com informações da Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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