Mercados

Com feriado em NY e à espera de Copom, Ibovespa (IBOV) fecha aos 120 mil pontos; dólar ‘dá um susto’ e sobe a R$ 5,44

19 jun 2024, 17:03 - atualizado em 20 jun 2024, 16:54
Ibovespa
Ibovespa retoma os 120 mil pontos (Imagem: Getty Images)

No mercado não se falou de outra coisa nesta quarta-feira (19): é dia de Comitê de Política Monetária (Copom). Mas como a decisão é divulgada somente após o fechamento dos mercados, as negociações foram norteadas por expectativas sobre a Selic

O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,53%, aos 120.261,34 pontos. O principal índice da bolsa brasileira até ameaçou perder os 119 mil pontos com a abertura da curva de juros brasileira ao longo da sessão, mas ganhou fôlego na última hora da sessão com bancos e exportadoras. 

Já o dólar à vista renovou a máxima do ano ao alcançar R$ 5,48. Ao longo do dia, a moeda norte-americana reduziu os ganhos e encerrou a R$ 5,44, com alta de 0,14%. 

Com a aposta majoritária de manutenção da taxa básica de juros em 10,50% ao ano, os investidores devem concentrar as atenções nos votos dos membros do Banco Central (BC), depois da “surpresa” da decisão anterior. 

Vale lembrar que na última reunião do Copom, em maio, os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram em um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.), e os diretores remanescentes da gestão de Jair Bolsonaro formaram maioria por uma redução de 0,25 p.p. — o que fragilizou a credibilidade do Banco Central.

Agora, a expectativa é de que a decisão seja unânime, mas uma nova divisão não está descartada. 

Além dos olhos sobre o Copom, a sessão foi marcada por instabilidade e liquidez limitada pela ausência dos mercados norte-americanos por conta do feriado de Juneteenth, nos Estados Unidos

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos do Ibovespa, os frigoríficos foram o destaque do dia. BRF (BRFS3) liderou os ganhos do índice (e do setor) desde o início do pregão. Os papéis BRFS3 subiram 4,38%, a R$ 20,03. 

Já as ações de Marfrig (MRFG3) fecharam como uma das maiores altas do Ibovespa, com avanço de 3,60%, a R$ 10,94.  

Os papéis seguiram repercutindo a decisão da China de abrir uma investigação antidumping sobre importações de carne suína na União Europeia. 

Na avaliação de analistas, a ação abre espaço para que as companhias da América Latina tenham mais exposição ao mercado chinês.

Na ponta negativa, Azul (AZUL4) estendeu as perdas da sessão anterior e fechou com a maior perda do pregão. A companhia aérea teve baixa de 3,79%, a R$ 8,13, pressionada pelo forte avanço do dólar. Isso porque a maior parte dos custos das empresas é atrelado à moeda norte-americana, que atingiu R$ 5,48 nas máximas do dia. 

  • Como a decisão da taxa Selic pode impactar os seus investimentos? O economista Sergio Vale explica como comunicado do Copom poderá mexer com o mercado nesta edição especial do Giro do Mercado; acesse aqui.

Petrobras (PETR3;PETR4) seguiu nos holofotes com a cerimônia de posse de Magda Chambriard como presidente da estatal.

Por fim, os papéis da Weg (WEGE3) também não passaram despercebidos pelos analistas — e investidores. 

O Itaú BBA reiterou a visão positiva para a companhia, apoiada por uma inflexão nas expectativas de faturamento (topline) e margens nos próximos trimestres.

“Os dados mais recentes de faturamento e custos continuam mostrando uma tendência mista para o 2T24. Embora os preços dos motores exportados e das matérias-primas sustentem o elevado nível de rentabilidade reportado no 1T24, nossos indicadores antecedentes continuam sinalizando uma tímida aceleração do crescimento no trimestre (provavelmente acelerará no 2S24)”, escreve o analista Daniel Gasparete, do Itaú BBA.

O sentimento atual dos investidores em adicionar nomes defensivos ao portfólio e a desvalorização do real também beneficia as ações, diz o relatório do banco.

O Santander acompanhou o Itaú BBA e elevou recomendação da Weg de neutra para outperform (equivalente à compra). O banco também subiu o preço-alvo da ação de R$ 43 para R$ 52, o que representa uma potencial valorização de 35,5% em relação ao fechamento da última terça-feira (18).

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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