Mercados

Ibovespa recua hoje com ‘pesos-pesados’ e dados de emprego, mas avança mais de 1% na semana; dólar cai a R$ 5,43

27 set 2024, 17:16 - atualizado em 27 set 2024, 17:23
ibovespa-ibov
Ibovespa perdeu os 133 mil pontos puxado pelo desempenho negativo de Vale e Petrobras; índice avançou mais de 1% na semana com China (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Com uma semana recheada por dados no Brasil e no exterior, o Ibovespa (IBOV) terminou a última sessão em tom negativo puxado pelos ‘pesos-pesados’ do índice.

Nesta sexta-feira (27), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,21%, aos 132.730,36 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 1,28%. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4361 (-0,16%). A moeda norte-americana acumulou queda de 1,54% nos últimos cinco pregões. 

No cenário doméstico, os investidores repercutiram novos dados do mercado de trabalho.

A taxa de desemprego ficou em 6,6% nos três meses até agosto, um pouco abaixo do consenso do mercado. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego é a menor para trimestres até agosto em toda a série histórica.  Além disso, a taxa é a menor desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.

Também em agosto, o país criou 232.513 vagas de emprego, levemente inferior ao esperado.

O mercado também acompanhou novas declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen. Ele afirmou que o cumprimento da meta contínua de inflação pela autarquia é “plenamente factível”.

“No passado, a meta também era diferente, a meta não era de 3%. Então, as expectativas estavam em outro nível, porque a meta estava em outro nível.”, afirmou Guillen.

Já o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que, apesar de a inflação no Brasil ter mostrado “alguma melhora”, ainda há incerteza sobre seus componentes.

Em segundo plano, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), considerado a “inflação do aluguel”, acelerou mais do que o esperado por analistas em setembro, em alta de 0,62%, depois de ter avançado 0,29% no mês anterior.

Altas e quedas da bolsa

Entre os ativos negociados na bolsa, a Azul (AZUL4) voltou a operar entre os maiores ganhos, ainda com a perspectiva de que as negociações com arrendadores de aviões próxima de ser concluída.

O destaque do dia, porém, ficou por conta de SLC Agricola (SLCE3). Os papéis subiram mais de 6% com a divulgação do guidance para a safra 2024/2025. De acordo com a companhia, a área plantada ficará em 736,9 mil hectares, com crescimento de 11,4% em relação à safra 2023/2024.

Já na ponta negativa, o setor de mineração e siderurgia realizou os ganhos recentes, apesar de uma nova alta do minério de ferro.

Em mais uma rodada de estímulos, o Banco Central da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou um corte na taxa de compulsório — a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas. Essa foi a segunda redução deste ano com o objetivo de apoiar o crescimento econômico.

O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 4,38%, a 750 yuans (US$ 106,94) a tonelada — nível mais alto desde 2 de setembro.

CSN Mineração (CMIN3) devolveu os ganhos recentes e liderou as perdas do pregão. Vale (VALE3) zerou os ganhos do dia na reta final do pregão com a notícia de que a Cosan (CSAN3) considera vender ativos, entre eles, a participação parcial ou total (de 4,1%) na mineradora.

Petrobras (PETR4;PETR3) também terminou o dia na contramão do petróleo. O mercado ficou em compasso de espera por informações sobre a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da estatal Magda Chambriard. Segundo agências de notícias, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira também participaram.

Na semana, CSN (CSNA3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de quase 20%. Hapvida (HAPV3) foi a maior queda.

Exterior 

Nos Estados Unidos, o dia mais aguardado na semana por Wall Street chegou.

O Índice de Preços (PCE) subiu 0,1% no mês de agosto. No ano, a inflação acumula alta de 2,2% — próximo da meta de 2% do Federal Reserve. Os dados vieram levemente abaixo do esperado.

Após o dado, as apostas de corte de 50 pontos-base nos juros pelo Federal Reserve em novembro aumentaram.

Os traders agora veem 54,7% de chance de o banco central norte-americano reduzir os juros para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group. Ontem (26), essa probabilidade era de 49,3%.

Em consequência, as apostas pelo corte de 25 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano, recuaram de 50,7% (ontem) para 45,3% hoje.

Em destaque, o índice Dow Jones renovou o recorde de fechamento.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,13%, aos 5.738,17 pontos — no maior nível de fechamento; 
  • Dow Jones: +0,33%, aos 42.313,00 pontos;
  • Nasdaq: -0,39%, aos 18.119,59 pontos.

Na semana, S&P 500 e Nasdaq subiram 1%. Dow Jones avançou 0,7% no acumulado dos últimos cinco pregões.

*Com informações de Reuters 

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar