Mercados

Temor de recessão nos EUA derruba Ibovespa (IBOV); dólar fecha a R$ 5,70, após renovar máxima do ano

02 ago 2024, 17:16 - atualizado em 02 ago 2024, 17:43
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A bolsa brasileira foi pressionada pelo tombo das bolsas de Nova York, após dados de emprego nos Estados Unidos (Imagem: Pixabay)

Nesta sexta-feira (2), Ibovespa (IBOV) cedeu à pressão externa, em dia movimentado por dados no Brasil e nos Estados Unidos, e fechou em forte queda, de 1,21%, aos 125.854,09 pontos. Na semana, o índice caiu 1,29%. 

O dólar à vista (USBRL), que renovou a máxima do ano a R$ 5,79 e alcançou o maior nível em mais de três anos, terminou a sessão a R$ 5,7092 (-0,45%). Na semana, a moeda norte-americana subiu 0,91%. 

No cenário doméstico, novos dados econômicos limitaram as perdas do Ibovespa e trouxeram alívio na curva de juros

produção industrial brasileira encerrou o segundo trimestre com crescimento acima do esperado em junho, quando houve o maior ganho de produção em quatro anos.

Em junho, a produção teve alta de 4,1% na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (2). O resultado foi bem acima das expectativas, sendo o maior crescimento desde julho de 2020.

A limitação da perdas também deve-se a renovação do otimismo com o cenário fiscal. O mercado vê espaço para um contigenciamento de até R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano — ou seja, superior aos R$ 15 bilhões anunciados pelo governo. A expectativa é de que novos cortes sejam anunciados até o final do ano.

Contudo, o noticiário local ficou em segundo plano.

O aumento das incertezas sobre a economia dos Estados Unidos, após dados de emprego despertarem a atenção para uma eventual recessão do país, dominou o humor dos investidores. As tensões geopolíticas no Oriente Médio seguiram no radar.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Marcopolo (POMO4) disparou quase 10% durante o pregão em reação ao balanço do segundo trimestre. As ações da companhia registraram o maior preço da história a R$ 6,68, com quase 14 mil negócios.

Apesar da cautela externa, os ativos cíclicos recuperaram as perdas com o alívio na curva de juros. Magazine Luiza (MGLU3) figurou entre as maiores altas do Ibovespa. Eztec (EZTC3) também foi destaque, com impulso da reação positiva do mercado ao balanço trimestral.

Na ponta negativa, Embraer (EMBR3) seguiu o ritmo da véspera e caiu mais uma vez, em meio a realização dos ganhos recentes. Os papéis da fabricante de aeronaves também foram pressionados pela volatilidade do dólar, sendo uma das ações mais negociadas no mercado brasileiro nesta sexta-feira (2).

Vale (VALE3) ignorou a recuperação de mais de 2% do minério de ferro na China e fechou em queda. Petrobras (PETR3;PETR4) recuou com o tombo de 3% do petróleo Brent em meio a incertezas sobre a economia dos Estados Unidos e tensões geopolíticas no Oriente Médio.

Na semana, Tim (TIMS3) liderou os ganhos do Ibovespa com salto de quase 9% no acumulado dos últimos cinco pregões, enquanto Braskem (BRKM5) registrou a maior perda do índice.

Exterior 

Nos Estados Unidos, o dia foi de cautela após o relatório de empregos, o payroll, vir mais fraco que o esperado para julho.

O país criou 114 mil vagas de emprego em julho ante consenso de 180 mil postos de trabalho para o mês. A taxa de desemprego também subiu de 4,1% em junho para 4,3% em julho; as expectativas eram de estabilidade.

Além disso, as novas encomendas de produtos manufaturados nos Estados Unidos caíram  3,3% em junho depois de recuo de 0,5% em maio, mais do que o esperado para o mês.

Ontem (1º), dados da indústria também frustraram as expectativas. Com isso, o mercado passou a precificar uma eventual recessão da maior economia do mundo.

VIX, índice de aversão ao risco de Wall Street também conhecido como “termômetro do medo”, chegou a disparar 48%.

Após os dados, os investidores esperam que cortes mais agressivos na taxa básica de juros, o Fed Funds.

A expectativa é de que o Federal Reserve inicie o afrouxamento monetário em setembro com um corte de 50 pontos-base, levando a taxa ao intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano.

Até o final do ano, a perspectiva é de que o Fed reduza até 125 pontos-base.

Em reação, Wall Street começou a devolver os ganhos acumulados do ano.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -1,84%, aos 5.346,56 pontos;
  • Dow Jones: -1,51%, aos 39.737,26 pontos;
  • Nasdaq: -2,43%, aos 16.776,16 pontos.

 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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