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Hora de comprar? Mercado do boi vive bom momento para indústria e investimentos; confira

20 abr 2024, 10:00 - atualizado em 18 abr 2024, 19:08
boi frigoríficos
Para analista, o produtor deve conquistar bons resultados operacionais se ele travar os preços do boi em patamares em torno de R$ 248 (Foto: Money Times)

Os preços do boi gordo (base Cepea/B3) recuaram 1,33% na parcial de abril até o dia 17, com valor de R$ 229,20 por arroba.

Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), apontam que a atual relação entre os preços do boi magro e os ajustes positivos do contrato julho/24 negociado na B3 (distantes três meses, período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal.

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

O boi magro representa cerca de 60% do custo do confinamento.

Outro fator que favorece a atividade fica por conta dos custos de alimentação do gado, já que o milho e o farelo de soja, se encontram em patamares inferiores aos registrados em anos recentes.

Está na hora do pecuarista investir?

De acordo com Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado, os ajustes positivos no mercado futuro do boi permitem uma boa relação de troca para o pecuarista que planeja realizar o confinamento.

“O produtor deve conquistar bons resultados operacionais se ele travar os seus preços em patamares em torno de R$ 248, que foram vistos no contrato outubro nesta quinta-feira, já que os custos são muito inferiores a isso e ele trabalhará com margens satisfatórias, travando seus valores neste patamar”, avalia.

Iglesias ressalta que há ótimos preços para o mercado de reposição atual, com bons descontos. “O segundo aspecto fica por conta dos menores preços de nutrição animal, que estarão menores em 2024, seja o sorgo, milho, farelo de soja, DDG ou bagaço de cana, oferecendo boas margens para o produtor”, pontua.

Recuperação dos preços e maiores volumes exportados

Hyberville Neto, analista da HN Agro, explica que nas últimas semanas houve uma diminuição da oferta, com preços mais firmes, a partir de valorização em diversas regiões.

“Temos visto bons volumes de exportação, com a média diária no mês de abril (10 dias úteis) está em 10,4 mil toneladas por dia de carne bovina, mesma média de dezembro de 2023, mês que mais vendemos carne na história. Se esse ritmo se manter, devemos ter um recorde em abril”, avalia.

No mercado doméstico, Neto pontua que o momento para o escoamento está mais fraco no atacado, algo comum para a segunda quinzena do mês. “A menor oferta de gado tem contrabalanceado, mantendo as cotações sem grandes solavancos”, explica.

O momento das indústrias e a oferta de boi no Brasil

Na relação de preços entre a carcaça bovina no atacado e boi, a venda da carcaça paga 7,1% acima do que o frigorífico paga pelo boi, sendo essa a melhor margem desde novembro de 2023, quando era 7,8% acima.

“Não estamos falando do resultado na última linha, e sim usando algumas variáveis para avaliar o cenário. Quando a gente faz a relação entre a carne exportada e a arroba (referência SP) em março, temos uma relação de 96,9 arrobas do boi por tonelada exportada”, discorre.

Ele explica que quanto maior essa relação, mais espaço o frigorífico que exporta tem, sendo a melhor relação desde outubro de 2023. Na parcial de abril, vemos uma relação ainda melhor, de 102 arrobas

“Tanto no mercado internacional como doméstico, os frigoríficos trabalham com melhores remunerações, dando espaço para o frigorífico pagar mais se a oferta seguir restrita”, coloca.

O analista da HN Agro comenta que em termos de oferta, houve um volume grande de abate no primeiro bimestre, com a possibilidade de que esse volume tenha sido uma antecipação, já que os pecuaristas se “enrolaram” com a lotação de animais, porque as chuvas atrasaram no fim de 2023.

“A oferta de fêmeas, para o período de seca, onde normalmente ela seria maior, podemos ver um menor número de animais. Em outras palavras, devemos ver um aumento de animais entre maio e junho, mas será um aumento mais sútil que o esperado”, discorre.

“Outro ponto que vai nessa direção fica por conta do aumento de abates fica por conta do avanço dos abates no segundo semestre de 2023, pensando em machos e fêmeas, quando registramos uma relação de troca com o milho muito atrativa, a melhor desde 2017, o que gerou uma aceleração dos sistemas de produção”,  conclui.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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