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Gerdau (GGBR4) agrada com números do 1T24; hora de encher o bolso com as ações?

03 maio 2024, 12:27 - atualizado em 03 maio 2024, 13:19
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Gerdau reportou os números do 1T24 na quinta-feira (2), após o fechamento do mercado (Imagem: Facebook/Gerdau)

A Gerdau (GGBR4) reportou seu balanço referente ao primeiro trimestre de 2024 (1T24) na quinta-feira (2), após o fechamento do mercado, que recebe no campo positivo os números da companhia no pregão desta sexta (3).

Por volta das 11h50, as ações da companhia subiam 5,64%, a R$ 19,68, em reação ao balanço. Analistas avaliam os números como positivos, destacando o desempenho na América do Norte.



O que dizem os analistas sobre Gerdau?

Para o analista Henrique Cavalcante, da Empiricus Research, o balanço trouxe números sólidos, com sinais de recuperação no Brasil. O analista destaca que, após um 4T23 abaixo das expectativas e que pressionaram as ações de Gerdau, os números divulgados ontem surpreenderam.

“A operação norte-americana seguiu se destacando, com uma demanda resiliente e rentabilidade robusta, e a brasileira mostrou sinais de recuperação em meio a um cenário competitivo bastante desafiador”, avalia.

O analista pondera que, apesar de ainda enxergar desafios para a companhia nos próximos trimestres no âmbito doméstico, há sinais de recuperação e os resultados seguem fortes nos EUA, que é mais de 50% do resultado operacional.

“Negociando a atrativas 4 vezes EV/Ebitda para esse ano (enquanto pares norte-americanos negociam a 8x), com uma carteira de pedidos saudável, gestão qualificada e diversificação geográfica, enxergamos uma boa assimetria nos preços atuais”, explica. A Gerdau segue como uma recomendação de compra da Empiricus Research.

O Itaú BBA pontua que a companhia apresentou melhores margens em todos os aspectos, destacando que o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 2,8 bilhões representa um aumento de 38% na comparação trimestral, mas uma queda de 35% na comparação anual, 10% acima da estimativa da casa e 8% acima do consenso.

O analista Daniel Sasson e equipe, que assinam relatório, ponderam que o número maior deveu-se a resultados acima do esperado em todos os setores, principalmente no Brasil e no segmento de aços especiais. A casa tem classificação market perform para GGBR4, equivalente à neutra.

Os analistas Aline Cardoso e Arthur Bíscuola, do Santander, também destacam o Ebtida e a melhora das margens no Brasil e, principalmente, América do Norte.

“Ressaltamos que a divisão América do Norte representou 54% do resultado consolidado da Gerdau no trimestre. Observamos que a empresa continua citando um ambiente desafiador no Brasil, especialmente dada a alta taxa de penetração de produtos siderúrgicos importados”, dizem.

Neste cenário, os analistas reiteram classificação outperform (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), no entanto, destacam preferência por Vale (VALE3) ante siderúrgicas.

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A Genial Investimentos aponta que o balanço mostrou um trimestre com desempenho melhor de forma sequencial em todas as unidades de negócio.

Os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira, explicam que empresas de commodities são extremamente cíclicas, e especialmente as de metais e mineração possuem seus ciclos altamente correlacionados com o ambiente macro.

“Adicionalmente, vemos a participação da América do Norte trimestre após trimestre ganhando mais relevância dentro do Ebtida consolidado da Gerdau”, avaliam.

Apesar de apontarem um cenário desafiador no curto prazo, os analistas da Genial optaram por elevar a recomendação para compra.

“A decisão é respaldada pela gestão eficaz da Gerdau diante das adversidades macroeconômicas, evidenciada por um plano robusto de corte de custos. Este plano, que inclui significativas reduções de despesas fixas, tem o potencial de impulsionar o desempenho financeiro no médio prazo”, explicam.

Por fim, o BTG Pactual também elevou a recomendação para GGBR4 para compra, com um novo preço-alvo de R$ 25 para a ação.

Para Leonardo Correa e Caio Greiner, foram atingidos níveis mínimos em termos de rentabilidade no Brasil, com margens Ebtidas baixas quase históricas de 8-9% (vs. níveis de meio de ciclo de 18-20%).

“A realidade é que a Gerdau já está trabalhando em uma série de medidas de redução de custos e buscando ajustar preços para restaurar os níveis de rentabilidade. Nos EUA, os resultados permanecem apoiados num nível elevado, com spreads de metais saudáveis e uma perspectiva de procura sólida”, avaliam.

Primeiro trimestre de 2024 da Gerdau

A Gerdau fechou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão, queda de 48,2% ante o mesmo período do ano passado, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (2).

Apesar da queda, o número ficou em linha com o esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 1,1 bi.

A receita líquida somou R$ 16 bilhões, queda de 14%, enquanto o Ebtida ajustado, que mede o resultado operacional, ficou em R$ 2,8 bilhões, tombo de 35%.

Segundo a empresa, o primeiro trimestre de 2024 reflete o excesso de oferta de aço no mercado global, resultando em um ambiente de preços internacionais desafiador.

*Com Renan Dantas 

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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