Economia

Copom em modo de espera: 10 pontos-chave para entender a ata desta terça (25)

25 jun 2024, 15:13 - atualizado em 25 jun 2024, 15:18
ata do copom selic
Economistas acreditam que Copom deve manter pausa no ciclo de cortes da Selic até ao final deste ano (Imagem: Divulgação/Banco Central)

O Comitê de Política Monetária (Copom) não trouxe grandes novidades na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (25). “O tom está bastante alinhado com o comunicado da decisão da semana passada. Balanço de risco mantido simétrico”, avaliam os economistas do Bank of America (BofA).

“Notavelmente, uma maior desancoragem das expectativas de inflação é uma preocupação para o Banco Central (BC). No âmbito externo, o BC ainda vê o ambiente como incerto, exigindo cautela”, dizem David Beker e Natacha Perez.

No cenário local, o Copom alterou a avaliação do hiato do produto de negativa para neutra e destacou a importância da política fiscal sobre as taxas de juros neutras, aumentando a estimativa de 4,5% para 4,75%.

Além disso, a economista da Bloomberg Economics, Adriana Dupita, diz que a menção ao debate sobre o balanço de riscos em torno das projeções de inflação foi destaque na ata.

“Considero que a ata foi mais hawkish (dura) do que o comunicado. É um sinal de cautela que parte do Copom — embora minoria — tenha visto viés de alta para suas próprias projeções de inflação, mesmo elas já incorporando juros neutros mais altos e baixa ociosidade”, explica.

Os diretores enfatizaram, na ata, que os ajustes futuros serão ditados pelo compromisso de levar a inflação à meta. Tanto os economistas do BofA quando a da Bloomberg veem que a pausa no ciclo de flexibilização deve durar até ao final do ano.

Quando voltam os cortes na Selic?

Para Beker e Perez, do BofA, o Copom está “em modo de espera” e a flexibilização deve ser retomada no próximo ano, após o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos. “Esperamos taxas de 9,0% até o final de 2025”, afirmam os economistas.

Já Dupita, da Bloomberg, diz que a manutenção dos juros pode perdurar por boa parte do primeiro semestre de 2025, “ao menos que as expectativas de inflação e o câmbio melhorem significativamente antes disso”.

O Copom, por sua vez, ressalta que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas.

“A redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, afirma no comunicado.

O diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, disse ainda, em live realizada pela corretora Warren, que o Copom não quer fazer qualquer sinalização ou indicação futura para a atuação à frente.

10 pontos-chave da ata do Copom

Entre os principais destaques da ata da última reunião do Copom, os economistas listaram dez pontos-chave. Veja:

  1. O Copom destacou que, diante do cenário desafiador, decidiu apresentar um cenário alternativo com taxas estáveis ​​no horizonte de previsão;
  2. No cenário internacional, o BC observou que, em um ambiente de menor liquidez, há uma maior diferenciação entre ativos, aumentando a demanda por ativos de menor risco;
  3. A atividade doméstica surpreende pelo lado positivo, mas há incerteza quanto aos impactos das cheias no Sul.
  4. O BC elevou as estimativas para taxas reais neutras de 4,5 para 4,75%.
  5. A inflação tem apresentado desempenho em linha com as expectativas.
  6. O BC decidiu por maioria manter o equilíbrio de risco simétrico.
  7. O Copom decidiu manter as taxas inalteradas.
  8. A política monetária permanecerá contracionista até a reancoragem das expectativas.
  9. O Copom permanecerá vigilante.
  10. Eventuais ajustes futuros nas taxas de juros serão ditados pelo forte compromisso de convergência da inflação para as metas.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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