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Lula tem razão? Às vésperas da decisão do Copom, presidente diz não há motivos para manter a Selic a 10,50%; saiba o que está no radar do BC

19 jun 2024, 11:16 - atualizado em 19 jun 2024, 11:16
Segundo o presidente Lula, a inflação está controlada e, portanto, não há motivos para não cortar a Selic, mas analista aponta que outros fatores vão influenciar a decisão do Copom (Foto: Brenno Carvalho)

Às vésperas do Copom, o presidente Lula voltou a criticar o Banco Central. Em poucos minutos, durante a entrevista à CBN, o chefe de Estado fez declarações bastante duras. 

Segundo o presidente, a única coisa desajustada no país neste momento é o comportamento da autoridade monetária. Lula ainda disse que Campos Neto tem lado político e parece trabalhar mais para prejudicar do que ajudar o país. 

Esta não é a primeira vez que o presidente critica o Banco Central. Desde que foi eleito, Lula defende a redução da taxa básica de juros. 

Na entrevista da última terça-feira (18), ele voltou a tocar no assunto e afirmou que a inflação está totalmente controlada  e, portanto, não haveria motivo para manter a Selic em 10,50% ao ano.

Olhando apenas para os últimos dados apresentados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação tem demonstrado um comportamento controlado. 

Contudo, o Banco Central deve levar em consideração outros aspectos na sua decisão de hoje. Talvez por esse motivo, o levantamento semanal da Equus Capital aponte que 91,8% dos economistas apostam em uma manutenção do atual patamar de juros. 

Por que o Banco Central deve manter a Selic em 10,50%? 

Olhando apenas para os números apresentados pelo IPCA, a ideia de manter a Selic em 10,50% ao ano parece não fazer sentido. Entretanto, a inflação nos meses passados não é o único fator que o Banco Central deve considerar na sua decisão desta quarta-feira (19). 

O analista da Empiricus Research Matheus Spiess aponta que há outros três fatores no radar da autoridade monetária.

A política fiscal é o primeiro deles. Na visão do analista, o arcabouço proposto pelo governo ficou insustentável. 

A ideia de um ajuste fiscal com base apenas no aumento da arrecadação não só gerou insatisfação dos mercados, como também mostrou uma dificuldade por parte do próprio governo de encontrar novas fontes de arrecadação.

Nesse cenário, o analista aponta que o governo precisa escolher entre reduzir gastos ou “abandonar qualquer tentativa de ajuste fiscal”.  

Na entrevista de ontem, Lula mais uma vez se mostrou contra o corte de gastos. Segundo ele, o problema não são as despesas públicas e sim as isenções e desonerações feitas para os que ele chamou de mais ricos. 

Sem um caminho definido, a incerteza fiscal tende a aumentar, o que pode levar a uma deterioração do Real e dos ativos domésticos. Como consequência, o Banco Central pode acabar adotando uma postura ainda mais cautelosa, aponta o analista. 

Outra questão que deve balizar a decisão do Copom é a flexibilização monetária nos Estados Unidos. Na visão de Spiess, além de uma política fiscal coerente, é necessária uma redução de juros nos EUA. 

O analista salienta que “uma redução forçada da Selic poderia, paradoxalmente, resultar em taxas ainda mais altas no futuro”. 

Diante do atual patamar dos juros americanos, reduzir a Selic implica uma atratividade ainda menor do mercado interno. Como consequência, o Real pode perder ainda mais valor, levando a uma expectativa de inflação maior no futuro. 

Esse inclusive é um dos fatores que o Copom deve levar em consideração na reunião desta quarta-feira (19). 

Segundo Matheus Spiess, é importante ter sob controle não só a inflação corrente, como também a expectativa de inflação

Ao longo dos últimos meses, o Boletim Focus, que mede a percepção do mercado sobre a economia, vem mostrando uma expectativa de juros maiores em 2024 e nos próximos anos.

Nesta semana, o levantamento mostrou que o mercado já projeta uma inflação acima do centro da meta em 2024. 

A estimativa de IPCA deste ano passou de 3,90% para 3,96%, enquanto que a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3% com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima ou para baixo. 

Esse costuma ser um sinal de alerta para o Banco Central. Se as expectativas sobem, significa que o mercado não está tão confiante na capacidade da autoridade monetária de contornar as adversidades econômicas e trazer a inflação para a meta. 

Nesse cenário, Matheus Spiess aponta que, por mais que pareça contraditório, se o objetivo é ter uma taxa de juros mais baixa, é esperado neste momento uma atitude mais conservadora do Banco Central, que pode neste caso a manutenção do atual patamar da Selic. 

É claro que esse não é o melhor cenário para o investidor. Embora a Selic esteja em um patamar menor que no mesmo período de 2023, ela ainda está alta. 

Isso significa que, pelo menos no curto prazo, os negócios vão continuar sendo impactados e a Bolsa brasileira pode continuar sofrendo. 

Nesse cenário, a pergunta que fica é:

Onde investir enquanto os juros não caem? 

Tanto a Selic em 10,50%, quanto os juros americanos e as incertezas da política fiscal interna estão atrapalhando a Bolsa. 

Recentemente, o Ibovespa voltou a perder o patamar dos 120 mil pontos e, só no acumulado de junho, já apresenta uma queda de 7%

Nesse cenário, muitos investidores podem simplesmente se desesperar e abandonar a Bolsa. 

Contudo, os analistas da Empiricus apontam que neste momento há uma oportunidade: comprar algumas das melhores ações da bolsa com desconto

Acontece que o Ibovespa está negociando a preços que só foram vistos em 2008 e durante a crise do governo Dilma. Veja o gráfico abaixo, que mostra a relação preço/lucro (P/L) da bolsa: 

(Fonte: Bloomberg/ Elaboração: Seu Dinheiro)

Ou seja, neste momento o investidor tem a chance de investir em empresas de alta qualidade cujas ações sofreram na última semana por conta do ambiente macroeconômico. 

Mas continuam sendo empresas resilientes e com resultados sólidos. Um exemplo é esta ação que foi recomendada pela casa como uma das 10 ações para comprar agora

Por conta do cenário macroeconômico desfavorável, as ações dessa companhia caíram 38%. Contudo, os analistas apontam que se trata de uma líder no seu segmento, com balanço sólido e baixo endividamento. 

Mesmo com a queda recente das ações, essa companhia continua negociando com prêmio em relação aos seus pares. 

Contudo, no atual patamar de preço/lucro, os analistas acreditam que o investidor tem diante de si a oportunidade de comprar com desconto uma ação que pode valorizar 104%.

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Entretanto, ela não é a única. Na visão dos analistas da Empiricus, há outras 9 ações que valem a pena investir nesse momento. 

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Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.
Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.