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Lula ou Campos Neto: quem leva a decisão sobre a Selic hoje?

19 jun 2024, 15:31 - atualizado em 19 jun 2024, 15:31
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Expectativa de analista é de que o Copom mantenha a Selic em 10,50% ao ano, mas pressão de presidente Lula ameaça unanimidade da decisão e pode estressar o mercado (Imagem: Reprodução)

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, sobre a taxa básica de juros é aguardada com receio nesta quarta-feira (19). 

A expectativa do mercado é de que o Copom mantenha a Selic em 10,50% ao ano, com unanimidade

Porém, mais do que o resultado em si, o placar da votação importa. E o receio atual é que não haja unanimidade por interferência política.

Há um temor de que as críticas do presidente Lula feitas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nos últimos meses —  que se acentuaram nesta semana — possam afetar o placar da decisão de hoje.

Afinal, se de um lado parecia claro que todos os membros do Comitê votariam juntos pela manutenção da taxa, do outro, o presidente Lula parece querer que seus indicados façam o contrário. A pressão recai sobretudo em Gabriel Galípolo, diretor de política monetária indicado por Lula e o favorito para suceder Campos Neto. 

“Se isso de fato acontecer [falta de unanimidade], o resultado para o mercado pode ser ainda pior que o da reunião de maio”, explica Matheus Spiess, analista de investimentos da Empiricus Research, em entrevista exclusiva ao programa Giro do Mercado. 

  • Recapitulando: em maio, a decisão de reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual resultou de um placar apertado, com cinco votos a favor do corte de 0,25 e quatro (de indicados pelo atual governo) a favor de um corte de 0,50. O “racha” despertou temores no mercado, e o Ibovespa terminou o mês com sua pior performance do ano. 

“Quer que a taxa de juros caia? Então não mexa nela agora”, explica analista; entenda por que o desejo de Lula de cortar juros pode ser uma ameaça

Assim como o mercado, Matheus Spiess está convicto na manutenção da Selic em 10,50% ao ano. Isso porque a expectativa de inflação para os próximos anos está desancorada. Ele explica: 

“Não há muito para onde fugir: se queremos juros mais baixos no futuro, precisamos mantê-los altos agora, para reancorar as expectativas. E se desejamos um Banco Central que possa cortar mais juros em 2025, é necessário escolher um novo presidente mais conservador e cauteloso”. 

A credibilidade é crucial quando se trata de política monetária, e, para o analista, é necessário unanimidade na decisão do Copom para reconstruí-la. 

“Por isso, se não houver essa unanimidade hoje à noite, podemos esperar uma reação negativa do mercado amanhã”, afirmou Spiess hoje, no programa Giro do Mercado. 

Nesta quarta-feira (19),o Ibovespa opera em queda e o dólar renova máxima do ano a R$ 5,47 com expectativas sobre a decisão do Copom.

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Redatora do Money Times
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) e redatora para os portais Seu Dinheiro e Money Times
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) e redatora para os portais Seu Dinheiro e Money Times