Ibovespa pode virar o jogo no ‘2º tempo’? veja 3 gatilhos que podem gerar uma alta expressiva da bolsa brasileira no 2º semestre

O 1º semestre do ano chegou ao fim mas, para o investidor de bolsa, o ano de 2024 até aqui poderia ser esquecido. Se você acompanhou a trajetória do Ibovespa nestes últimos seis meses, deve ter visto os maus bocados que o índice passou…

Em resumo, houve uma forte “quebra” das expectativas em relação ao que se esperava no início do ano, que era de um cenário mais favorável para a bolsa brasileira, devido ao ciclo de queda de juros tanto no Brasil quanto nos EUA. Mas não foi bem isso que aconteceu…

No Brasil, mudanças na meta fiscal (que passou de superávit para déficit zero em 2025) aumentaram a percepção de risco de se investir na bolsa e a preocupação com a inflação no país.

Isso convergiu para que o Banco Central decidisse interromper o ciclo de corte dos juros na última reunião do Copom, que ocorreu no mês anterior. E, como é sabido, juros mais altos por mais tempo atrapalham o desempenho dos ativos de renda variável, como as ações.

Já lá fora, o que pesou foi o atraso no início do ciclo de corte dos juros nos EUA. Antes, se projetava que os juros americanos cairiam logo no começo do ano, em março.

Porém, os indicadores do início de 2024 mostraram que a atividade ainda estava forte, o que traz mais pressão inflacionária. E, com uma inflação ainda descontrolada, o Fed tem optado pela manutenção dos juros por ora.

Tudo isso criou um cenário mais pessimista e fez com que o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, tivesse uma desvalorização de 7,6% no 1º semestre.

Mas, se você investe em bolsa, saiba que nem tudo está perdido em 2024 e que ainda há espaço para uma “virada de mão”.

Pelo menos é nisso que acredita Larissa Quaresma, analista de ações da Empiricus. Para ela, “nessa virada de semestre podemos ver um ano que, agora sim, vai começar”.

Ela pontuou que existem 3 “gatilhos” que podem gerar uma alta expressiva da bolsa nos próximos 6 meses do ano e, inclusive, indicou quais as ações que melhor podem “surfar” nessa onda. 

A seguir, explico quais gatilhos são esses e apresento 10 ações recomendadas pela analista para se posicionar agora.

3 gatilhos que podem fazer a bolsa ter uma ‘virada de mão’ no 2º semestre

Embora a bolsa tenha tido alguma recuperação no mês de junho, retomando o patamar dos 120 mil pontos, a verdade é que ela ainda está bem distante das projeções que o mercado havia dado no início deste ano, que chegaram a especular uma bolsa em até 170 mil pontos.

Mas o “jogo só acaba quando termina” e agora começa o “segundo tempo” da bolsa, segundo Quaresma. E, neste cenário, existem 3 fatores que podem impulsionar uma virada de mão no “placar” do Ibovespa:

1. O possível início do ciclo de corte de juros nos EUA em setembro

À medida que os dados econômicos dos EUA mostrem o desaquecimento do mercado de trabalho e o desaquecimento da inflação, a analista acredita que um início do ciclo de corte de juros este ano ficará cada vez mais palpável.

“O corte de juros nos EUA, que o mercado estimou inicialmente para março, seria o grande gatilho para a alta das ações brasileiras. Entretanto, esse momento foi adiado – mas ainda o enxergamos acontecendo este ano, em setembro”, diz.

2. Uma indicação de gestão técnica para o Banco Central

O segundo gatilho seria a âncora monetária, que tem voltado a ganhar reputação após a decisão unânime do Banco Central que ocorreu na última reunião do Copom, em junho, de acordo com a analista.

Embora, em um primeiro momento, a manutenção dos juros possa parecer ruim para os ativos de renda variável, Quaresma destaca que era o que o país precisava:

“Nesse sentido foi muito boa a manutenção, pois ela carrega um significado institucional muito importante. Nós estávamos carecendo dele e começamos a questioná-lo depois daquele Copom dividido em maio. Isso reforçou o compromisso do órgão com a perseguição da meta de inflação”, explica.

No entanto, a analista pondera que essa reputação será “coroada” no final do ano, quando houver a indicação de um nome substituto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Nesse momento de indefinição, o mercado precifica o risco de termos um Banco Central com viés mais político. Assim, se esse risco se dissipar, pode haver uma valorização geral no mercado de ações.

“A indicação de uma gestão técnica para o Banco Central deveria ser um grande alívio para a nossa curva de juros. Se isso realmente acontecer, teríamos um segundo gatilho de alta para a bolsa”, diz.

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3. Qualquer ajuste fiscal

Por último, Quaresma avalia que, qualquer medida efetiva no sentido de ajuste fiscal poderá ser positiva para a bolsa brasileira no 2º semestre. 

“A gente não acha que vai ser um ajuste fiscal grande, não será um corte de despesas estrutural, que é o que o país precisa. Mas qualquer contingenciamento de despesa já ajuda e mostra o mínimo de comprometimento com as metas do arcabouço fiscal”, explica.

Esses são os 3 gatilhos que a analista enxerga que podem causar um 2º semestre muito melhor para a bolsa brasileira do que foi o primeiro. 

Mas, para conseguir pegar esses gatilhos “na veia”, Quaresma pondera que é preciso estar bem posicionado. Por isso, a analista selecionou uma lista de ações em que vê potencial para surfar uma eventual “virada de mão” da bolsa.

Trata-se de uma carteira de ações de muita qualidade e que, devido ao contexto mais difícil da bolsa, ficaram especialmente baratas agora e estão em uma oportunidade.

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Todos os meses, Larissa Quaresma “garimpa” a bolsa brasileira à procura das ações com o maior potencial de valorização. Como eu disse acima, são ações com muita qualidade mas que, devido ao cenário econômico difícil, ficaram muito baratas.

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